Luis Magalhães em El Salvador: ondas, autoconhecimento e conexão com a natureza
A busca por boas ondas sempre leva os surfistas a lugares inesperados e, para Luis Magalhães, atleta Nicoboco, essa jornada o levou até El Salvador, um destino que une intensidade, cultura e um mar que ensina tanto quanto desafia.

A ideia da viagem surgiu de forma natural. “A gente já ia muito para a Indonésia, mas é uma trip longa e cara. El Salvador é bem pertinho, são só sete horas de viagem”, conta Luis. O convite veio de um amigo surfista, André Cardoso, que já havia se encantado com o lugar. “Ele sempre falava: ‘vai pra lá conhecer’. Eu julgava um pouco, achava que as ondas não eram tão boas, mas quando cheguei lá, me surpreendi. É muito diferente. Punta Roca é uma direita incrível, uma das melhores que já surfei.”

Durante a viagem, o surfista pôde experimentar a potência das ondas salvadorenhas e o estilo de vida local. “No começo da trip tinha muito vento, algo que eu não esperava. Mas no final entrou uma ondulação gigante, sem vento, e foi surreal. Fechamos a trip com chave de ouro”, relembra. O momento foi também um teste de preparo físico e mental. “Foi bom que foi no final, porque deu pra acostumar o cérebro com as ondas maiores, já estava mais tranquilo e confiante.”
Além das ondas

Fora d’água, a experiência também foi marcante. “Você pode planejar tudo, deixar tudo organizadinho, mas tem que ser flexível como um bambu verde”, reflete Luis. “A viagem me ensinou a ter calma, controlar a ansiedade, respirar muito e enfrentar os desafios com coragem. A conexão com a natureza foi incrível: até um passarinho ficou com a gente quase a trip inteira.”
Luis também destacou a transformação de El Salvador nos últimos anos. “Hoje o país está super seguro, o que reestimula a voltar sempre. As pessoas têm uma calma sinistra, um jeito singular de lidar com os turistas. Isso me marcou muito, porque a gente tenta trazer esse mesmo olhar pra onde vivemos.”
Mais do que uma surf trip, a jornada foi um mergulho em si mesmo. “Levei dois livros, e um deles, Cabeça de Campeão, me trouxe uma percepção sobre rotina, foco e propósito. Cada viagem é como uma faculdade: a gente aprende, filma, e depois passa esse aprendizado para os nossos cursos de surf”, explica.
Transformação

Com os pés de volta ao Brasil, mas a mente ainda conectada às ondas de Punta Roca, Luis já pensa nos próximos destinos. “Talvez Indonésia, Maldivas, El Salvador de novo ou até uma sessão de snowboard, quem sabe? Tudo depende das condições, mas o importante é seguir evoluindo.”
Para ele, cada viagem é mais do que uma busca por ondas perfeitas: é uma oportunidade de se reinventar e se reconectar com o que realmente importa: o mar, os amigos e o próprio equilíbrio.